Da espada ao cajado
Em se falando das naturezas de Jesus, podemos ver uma verdade de fé revelada pelo próprio Cristo quando diz:
"Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; esta é a ordem que recebi do meu Pai".
O bom Pastor da a vida por suas ovelhas e o mercenário vê os lobos e foge.
Neste Evangelho cheio de sentidos podemos levar em conta duas coisas.
Seria lícito proteger suas ovelhas mesmo que isso cause a morte do agressor? Um pai, na condição de protetor, tem o dever de zelar pela vida do filho.
De fato, a ordem divina "Não matarás" significa que ninguém pode matar sem motivo, sem razão. Porém se a defesa proporcional causar a morte do agressor, este, apesar de conter em si matéria grave, também recorre ao ato de puro amor e compaixão para com a vítima.
Atos, nos mostra como Paulo via a questão da morte em caso merecido. "Estou diante do Tribunal de César, é lá que devo ser julgado; nenhum mal fiz aos Judeus, como tu sabes muito bem. E, se lhes fiz algum mal ou coisa digna de morte, não recuso morrer..." (Atos XXV, 10-11)
Vemos na palavra de Deus, vários relatos que comprovam a pena proporcional. Veja mais um deles: Apoc XIII, 10: "Quem matar à espada importa que seja morto à espada".
Isso de fato não quer dizer que se deva sair fazendo justiça com as mãos. Porém, em casos extraordinários podemos ficar sujeitos a única alternativa de parar o infrator, mesmo que para isso seja necessário ceifar sua vida.
"Abusus non tollit usum" (o abuso não tolhe o uso) já dizia o Direito, relacionando o homem a possibilidade de usar armas para defender-se e para defender sua casa!
O fato de bandidos e infratores fazerem mal uso de uma arma, seja de fogo, espada ou outras, não faz do uso consciente algo negativo. Afinal que pastor em sã consciência deixaria a ovelha morrer nas garras de um lobo?
Nos dias de hoje, existem vários lobos na sociedade, e os mais fracos são as ovelhas, vítimas frágeis todos os dias nas mãos dos bandidos, estupradores e assassinos.
Agora vejam alguns dos quais defendiam a ideia da pena proporcional. São Jerônimo, o doutor máximo das Escrituras, Santo Agostinho, São Pio V, São Pio X, São Tomás, o maior doutor da Igreja, entre outros.
Ainda no evangelho, Jesus faz uma argumentação que se fosse não apenas lida, mas de fato meditada, talvez acabasse com muitas objeções:
"Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. "
Redil é a mesma coisa que curral de gados. Jesus quer nos dizer que muitos ainda não estão entre o seu rebanho, mas não deixam de fazer parte. E ainda, haverá o momento em que todos farão parte dele, sendo Nosso Senhor Jesus Cristo o único pastor e nós, um único rebanho.
Muitos hoje estão ouvindo qualquer pastor, mas já era de se esperar afinal como nos diz o próprio evangelho:
"Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas."
Estamos na era dos mercenários, que quando acabam o que querem, deixam as ovelhas de lado. Deixe-se guiar pelo bom pastor, atravéz do que é magistério, do que é comunhão, da razão e da fé, e da Santa tradição.
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>> Sugestões de música para a missa do 4º domingo da páscoa
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Uma abençoada Semana para você e sua família!
Maikon Máximo.