Um forasteiro em Jerusalém
O que você faria diante de uma verdade que deve ser revelada, versus o medo de ser retalhado? Medo de perder tua liberdade, teus planos, tua vida?
Era isso que os discípulos tinham que enfrentar, na época da morte de Jesus. Medo, desesperança, decepção, não entendiam bem pra que veio, já que morreu tão cedo.
Faziam três dias que Jesus fora morto pelos judeus. Dois discípulos de Jesus, caminhavam tristes a caminho de Jerusalém até a aldeia de Emaús. Eles estavam chateados pela morte de seu Mestre. Para eles, o Salvador de Israel.
Eles não entendiam o motivo de sua morte mas não podiam negar seus milagres. Sabiam que algumas mulheres, tinham ido ao sepulcro e o haviam encontrado vazio e que alguns tinham visto o Senhor vivo. Abalados, e sem paz, saíam eles de Jerusalém. Sair de Jeru-salém, a cidade da paz, significa abandonar o local onde ela estava.
O percurso de sessenta estádios, frisados pelo evangelista, não fora atoa. Tudo foi criado "em medida, número e peso" (Sab XI, 22) e a inteligência de Deus nos transmite informações reais através de fatos palpáveis!
Assim, o evangelho segue dizendo que os dois discípulos caminhavam juntos! Falavam do Cristo. Com efeito, estavam unidos em seu nome. Por isso, "aproximou-se deles o próprio Jesus e ia com eles"(S.Luc. XXIV, 15). Afinal, havia ele prometido: "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu Nome, Eu estarei no meio deles"(S.Mat., XVIII, 20).
Era dia e eles não o reconheceram, porque "os seus olhos estavam como que fechados"(S.Luc.XXIV,16). A "Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo"( S.Jo. I, 9), mas não viam. Não viam o Mestre ressuscitado que eles buscavam.
Explica o evangelista que seus olhos estavam "como que" fechados. Não diz que estavam fechados propositadamente, como com os fariseus que foram "cegos ao meio dia", ( Is. LIX,10 ) .
Quando Cristo, dá uma de desentendido, um deles, Cléofas, respondeu surpreso: "Só tu és forasteiro em Jerusalém, e não sabes o que alí tem se passado estes dias?"(S.Luc. XXIV,18).
Realmente, só Cristo foi tido como estrangeiro em Jerusalém. "Ele veio para o que era seu e os seus não o receberam" (S.Jo., I,11). Morto como o animal expiatório era morto fora do acampamento.
E os dois disseram então que vinham conversando "sobre Jesus, Nazareno, um profeta, poderoso em obras e em palavras diante de Deus e de todo o povo" (S.Luc. XXIV.19).
Lembram que, algumas mulheres afirmaram ter visto um anjo que lhes dissera que o Senhor estava vivo e que alguns dos Apóstolos tinham ido ao sepulcro e ele estava vazio.
Ao ouvir estas palavras, Jesus exclamou, repreendendo-os como "estultos e tardos de coração".
Estultos, por não compreender o que haviam dito os Profetas e se realizara em Cristo. Eles haviam lido, relido e meditado as Escrituras. Haviam presenciado o que as profecias anunciaram. Haviam escutado falar a Sabedoria. Tinham se maravilhado com as suas maravilhas e com os seus milagres. Tinham visto o Verbo feito carne, cheio de graça e de verdade, ressuscitando os mortos, fazendo os cegos verem e os mudos falarem, calando os fariseus e fazendo cessar os ventos, e custavam a compreender.
Estultos, por não entender. Tardos de coração, por custar a aceitar. De que adiantara ler as Escrituras, se não as entendiam, nem quando viam sua realização?
De que adianta, hoje, a outros estultos e soberbos lerem e citarem a Escritura interpretando-a como quiser, sem querer ouvir aquele que recebeu de Cristo as chaves do reino dos céus? O que vale ler a Bíblia, se se recusa ouvir Pedro, pela boca de quem fala o próprio Cristo?
Mas as palavras de Jesus aos discípulos os abrasava o coração. Mas ainda mantinham os olhos "como que fechados".
Haviam já chegado perto de Emaús e o "Mane nobiscum". Fica conosco. Dito isso a Jesus, já chegando em Emaús, ele entrou e ceou com eles.
"Eis que estou à porta de teu CORAÇÃO e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e me abrir a porta, entrarei nele e cearei com ele e ele comigo." ( Apoc.III,20)
Para que Jesus nos abra a inteligência, é preciso estar atento e vê-lo! Poderemos reconhece-lo na fração do pão. Para que a Paz celestial habite em nós e sejamos testemunhas de tudo isso.
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Uma abençoada Semana para você e sua família!
Maikon Máximo.